Dimetiltriptamina, o DMT

O dimetiltriptamina, ou o DMT, é uma molécula enteógena que anda sendo muito debatida nos dias de hoje, principalmente depois da grande difusão de religiões ayahuasqueiras, como o Santo Daime e a União do Vegetal, e também após novos desenvolvimentos científicos.

O DMT só reage no corpo humano quando não há regulação por parte das enzimas MAO que degradam monoaminas. Sua produção no corpo humano ocorre a princípio na glândula pineal, hoje ainda não sabemos de forma categórica as funções do DMT em nosso corpo, mas estudos de Rick Strassman podem nos direcionar para um ponto.

A molécula também é presente em plantas, como na Psychotria Viridis (Amazônia Peruana) e na Jurema Preta (Nordeste Brasileiro) e tem sido usada por séculos, talvez milênios, por povos "tradicionais", tais como os índios Shipibo-Conibo e Kulina.

O uso ritual no qual consome-se o DMT possui diversas características em comum a diferentes tradições, tais como experiências de ampliação da percepção, acesso à diversos níveis da mente, percepção de outras realidades, clarividência, projeção astral, acesso a conhecimentos do princípio original, distorção do tempo e do espaço, dentre diversas outras experiências que também são comuns à outras espécies de enteógenos.

Apesar de não haver uma comprovação de que o DMT seja produzido na glândula pineal, Strassman o estudou por 20 anos até que pode fazer testes em seres humanos. Como resultado foram observadas experiências de quase morte e REM (estado do sono onde ocorrem os sonhos mais vívidos), sendo responsável pelas alucinações e pelas idéias percebidas no sub-consciente humano.


Com o desenvolvimento destas pesquisas, a difusão do debate acerca de drogas, a possibilidade de maiores estudos de outros psicodélicos e também a certa tendência de mudanças na perspectiva acerca das drogas, podemos estar mais perto de aproveitar os benefícios do estudo dos psicodélicos, tais como liberdade de escolha de uso e a psicoterapia psicodélica. 

Infelizmente carecemos de informação, para tal, todos os defensores de linhas psiconáuticas deveriam unir-se e lutar pela diversidade de informação. Não cabe somente o estudo nas ciências médicas, mas também nas humanas e nas políticas públicas.

Maiores informações sobre o DMT:
Erowid
MAPS
The Spirit Molecule

Pensa na sua paz

Natal e Reveillon chegando, shoppings abarrotados, compras em alta, décimo terceiro salário, mais gente empregada (mais dinheiro circulando) e assim a nossa sociedade segue próspera e feliz.

Infelizmente essa realidade é mais trágica do que os jornais tentam nos falar. Vivemos em um mundo onde as pessoas só tem dinheiro na medida que outras não tem, recebemos pouco porque temos desempregados que aceitariam qualquer emprego, independente das condições de trabalho (vide um camponês que ganha R$3.00 para encher todo um caminhão de cana). A forma mais "fácil" de solucionar esses problemas é considerada ilegal, pois quase sempre envolverá violência e ataques a pessoas que somente cumprem seu emprego (os policiais) e são tão dependentes do dinheiro quanto qualquer outro.
Marx pesou no Comunismo, Baukin no Anarquismo, Jesus no Carisma e diversos outros pensadores pensaram em suas utopias. Porém, quando nos deparamos com a realidade não encontramos espaço para estas utopias, necessitaríamos de séculos para que ocorressem, e não queremos que o presente seja como ele é. Onde então ficaria a utopia?

Acredito fielmente que a utopia é uma rota, um destino a ser alcançado e que direciona nossas ações. No mundo do psy-trance falamos muito do PLUR, uma ideologia que na verdade não perde seu tempo definindo a realidade e sugerindo mudanças, mas prega uma postura, um modo de ser comportar e abordar o próximo.
Infelizmente observei nesses 5 anos de rave que o PLUR, além de ser obsoleto das festas do Rio, se tornou fonte de escárnio, o tal "plur my ass".

Acho isso preocupante porque essa "utopia" nada mais é do que o bom senso, prezar pelo melhor e acima de tudo o respeito, ao próximo, a si mesmo e a Natureza. Entendo porque muita gente deu o foda-se para o PLUR, defendiam-no porém eram atropelados por potrancas e deveriam pedir desculpa, porque defendia uma coisa e era escarniado por isso, chamado de otário.

Porém, também não seria utópico achar que o PLUR existe nas raves que são frequentadas por muitas dessas pessoas que estão no shopping, pensando no consumo, ignorando pessoas a sua volta, pensando em melhorar de vida a qualquer custo e etc? Acho que quando vemos os tão famigerados fanfarrões e chamamos eles de "idiotas", de pessoas que estragaram a cena (o que pode ter um fundo de verdade) estamos ao mesmo tempo nos contradizendo. O PLUR não defende a unidade que é composta pela diversidade? Não prezamos pelo respeito a diversidade? Então onde esta o sentimento de unidade e respeito quando delimitamos aquele que "ta na vibe do psy"? E que porra é essa afinal de contas?

To fazendo esse post não como crítica a festivais ou coisas afins, longe de mim. Mas sim porque mesmo entre os mais esclarecidos no mundo do trance eu observo sectarismo, preconceitos julgados como "constatação de fato" (argumento mais egocêntrico é impossível).

Será então que não temos uma contradição? Se ser tranceiro implica praticar o PLUR (mesmo que inconscientemente), como resguardar essa postura às raves? Como pode-se defender a diversidade se ela não é tão bem vinda nas raves? E não falo somente de preconceito contra os "fanfas", mas sim contra pessoas com "cara de pobre", de funkeiro ou quando a pessoa claramente é um paraquedista que foi lá só pra tomar a sua bala.

Afinal, onde esta o PLUR em cada um de nós?
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