Uma cena colaborativa?

Infelizmente nós cariocas temos sofrido durante anos com os eventos realizados em nossa cidade. Além dos problemas legais que nos atormentaram por muito tempo, uma grande maioria de eventos não está preocupada com qualidade sonora, com o público e o bem estar geral, visando somente o lucro.


Exemplos não faltam, poderia usar o evento em que o Infected Mushroom tocou no MAM como o divisor de águas, a saída dos anos dourados da cena carioca para os seus anos fanfatrance. Estamos a mercê daquilo que os grande e médios produtores acham que é bom, e não podemos condena-los. Infelizmente uma parcela extremamente influente do público não busca eventos psicodélicos, visto que a psicodelia virou uma palavra simplória usada para fingir algo... Definir a psicodelia então... melhor esquecer. Essa parcela, na verdade, deseja uma espécie de rito dionisíaco vazio de sentido, mas quase libertino.

E aqueles que querem curtir bons eventos, o que podem fazer? Se sujeitar a cena atual, consumir o que é oferecido e ficar sonhando com um futuro melhor?

Sabemos que eventos colaborativos são extremamente raros, mas os solidários não. E não digo solidário como um evento que arrecade alimento ou invista na causa ambiental, mas aqueles compostos por pessoas que não representam uma produtora e que se utilizam dos seus amigos e aqueles cansados do que é ofertado para poderem realizar sua festa.

Temos no Rio três exemplos, a Mystic Garden, Feelings (já com duas edições) e a SUBversos (também com duas edições). Mas porque estas festas são tão raras? Primeiro acredito ser a dificuldade de realizar um evento, que inclui achar pessoas que queiram ter essa dor de cabeça. Além disso falta público, um público preocupado mais com qualidade do que com headliners.

Felizmente essas festas ainda possuem um público, poucos carentes, mas possui. Acredito que se cada um poder oferecer a ajuda que conseguir, desde contatos até um pano para poder fazer uma decor, poderíamos ter uma cena que envolva mais pessoas, mais sentimento através de um trabalho realizado para a conquista de um desejo, uma boa cena carioca psicodélica e underground.

Colaboração é o segredo do bom trabalho em grupo, de nada adianta ficarmos sentados e chateados com o que temos pensando somente em fugir para os festivais.

Fazer uma festa em um "fundo de quintal", com uma boa decor, um bom som e bons amigos movimenta a cena, coloca as pessoas em comunicação, abre novas possibilidades e permite que se cresça sem depender de um grande capital de giro.

E você? No que pode ajudar?

Mobilize-se!

PLUR for ALL

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