Tentando-se descrever a realidade

Uma das possíveis descrições da realidade:
"Ele mostrou que todos que entram em contato com uma criança são um mestre que lhe descreve o mundo sem cessar, até o momento em que a criança é capaz de perceber o mundo conforme descrito. Segundo Dom Juan, não temos recordação daquele momento portentoso, simplesmente porque nenhum de nós poderia ter qualquer ponto de referência para compará-lo com qualquer outra coisa. A partir daquele momento, porém, a criança é sócia. Ela sabe a descrição do mundo; e sua qualidade de sócia torna-se completa, imagino, quando ela é capaz de fazer todas as interpretações perceptíveis adequadas que, conformando-se com aquela descrição, a revalidem.

Para Dom Juan, portanto, a realidade de nossa vida diária consiste num fluxo interminável de interpretações perceptíveis que nós, os indivíduos que partilhamos de uma sociedade específica, aprendemos a fazer em comum."

Carlos Castaneda - Viagem à Ixtlan

Acho incrível como uma visão extremamente pautada na esfera religiosa pode corresponder-se tanto com aspectos da ciência moderna. Dentro dos estudo quânticos, a realidade é vista como um apanhado de interpretações que o indivíduo faz sobre o que lhe cerca. Não é justamente o que esta sendo dito aí?

Seria então possível que o ser humano, dentro de si, sempre teve acesso às informações que estamos encontrando somente nos dias modernos por meio da ciência? Se isso proceder, qual método devo utilizar para distingui o que é ilusório e o que é realidade? Como poderia diferenciar as explicações cosmológicas-sociais de diferentes culturas entre informação sócio-científica e folclórica?

Deixo a quem ler estas questões!

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